DAE eSocial: como funciona a guia de arrecadação do empregador?
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O Documento de Arrecadação do eSocial (DAE) é uma guia usada para recolher tributos relacionados à folha de pagamento do empregador doméstico, gerado automaticamente no Módulo Doméstico do eSocial e que reúne impostos e contribuições trabalhistas em um único pagamento.
O DAE unifica diversos encargos obrigatórios, como:
- Contribuição patronal previdenciária (INSS) ;
- Seguro contra acidentes de trabalho;
- Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) ;
- Multa do FGTS;
- Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), se aplicável;
- Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) ;
- Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) .
Esses valores incluem tanto a parte do empregador quanto as retenções feitas no salário do empregado.
Quem deve emitir o DAE?
O DAE deve ser emitido por empregadores domésticos e empresas que possuem funcionários registrados, incluindo aprendizes e estagiários. Além disso, ele é obrigatório para os optantes do Simples Nacional que têm remuneração proveniente de sua atividade laboral.
Cada funcionário tem seus tributos calculados individualmente, mas o sistema consolida tudo em um único DAE, facilitando o pagamento.
Assim, quem está obrigado a emitir a guia DAE basta seguir estes passos:
- Acesse o Portal do eSocial e faça login;
- Vá até a opção "Dado de Folha/Recebimento e Pagamentos";
- Informe o salário bruto e os adicionais (férias, horas extras, etc.);
- Verifique se os cálculos estão corretos;
- Clique em "Emitir Guia" e faça o download.
Caso o contribuinte atrase para enviar o DAE, ainda é possível emitir a guia, que será gerada com a data do dia, incluindo juros e multas.
Para realizar o pagamento do DAE, o contribuinte pode optar por duas formas:
- Boleto bancário (pagável em qualquer banco);
- PIX, gerado diretamente no aplicativo do eSocial.
Com relação a valores do DAE, estes variam conforme o salário do empregado. Veja os principais:
- 8% do salário para o FGTS;
- 3,2% de depósito compulsório (seguro-desemprego);
- 0,8% para o seguro contra acidentes de trabalho;
- 8% de contribuição previdenciária (INSS patronal);
- De 8% a 11% de INSS (descontado do empregado);
- IRRF (se o salário for superior a R$ 1.903,98).
Sobre o prazo de pagamento, ele deve ser feito até o dia 7 de cada mês e se essa data cair em um fim de semana ou feriado, o vencimento será no dia útil anterior.
DAE rescisório
Quando há demissão com direito ao saque do FGTS, a empresa deve pagar o DAE rescisório, que inclui:
- 8% do FGTS sobre o salário e aviso prévio indenizado;
- 3,2% de indenização compensatória.
Se a rescisão for por justa causa ou pedido de demissão, esse pagamento não é necessário.
Penalidades por atraso
O não pagamento do DAE pode gerar multas e complicações para o empregador. As principais penalidades são:
- Multa de 0,33% ao dia sobre o INSS, podendo chegar a 20%, além de juros de 1% ao mês;
- Multa de 10% ao dia e 0,5% ao mês sobre o FGTS;
- Inclusão do empregador na Dívida Ativa da União.
Diante dessas penalidades, é fundamental manter os pagamentos em dia para evitar problemas.
Novidades no eSocial em 2025
A partir de 2025, o eSocial terá mudanças importantes, incluindo:
- Versão 3.0: menos campos obrigatórios e mais integração com sistemas fiscais;
- Extinção da DIRF: informações fiscais passarão a ser declaradas no eSocial;
- Registro de processos trabalhistas: mais transparência e agilidade para os empregadores.
As atualizações têm o objetivo de simplificar o cumprimento das obrigações fiscais.
Fonte: contabeis.com.br