Descubra como novos hábitos financeiros podem pôr em risco fim do papel-moeda
Nos últimos anos, a circulação de dinheiro em espécie tem caído, revelando uma transformação no comportamento financeiro da população.
Só no ano de 2020, o montante em cédulas e moedas em circulação caiu de R$ 370,4 bilhões para R$ 341,6 bilhões em 2023, segundo dados do Banco Central, representando uma queda de 7,7%.
Essa redução reflete uma mudança impulsionada tanto pela digitalização dos meios de pagamento quanto pelo surgimento de novas tecnologias no setor financeiro. O Pix, especialmente, é um dos principais fatores por trás dessa queda do papel-moeda.
O economista e especialista em renda variável, Leandro Martins, comenta que a redução no uso do papel-moeda vem já acontecendo há anos, impulsionada principalmente pela digitalização dos meios de pagamento e, no Brasil, essa tendência foi acelerada com o lançamento do Pix, que facilitou transferências instantâneas e gratuitas.
Além disso, essa modificação no uso de menos dinheiro físico tem gerado novas oportunidades de inclusão financeira, principalmente entre os grupos Millennials e a Geração Z.
Para jovens da Geração Z o contato com o dinheiro em espécie é mínimo, sinalizando uma possível aceleração do processo de desmonetização.
“O avanço de tecnologias como o Pix, carteiras digitais e pagamentos contactless, junto com uma mudança no comportamento dos consumidores, aponta para uma clara tendência de migração para meios de pagamento digitais”, acredita o Co-CEO da fintech Friday, Pedro Gomes.
Uma outra ferramenta que também promete impulsionar o desuso do dinheiro em espécie é o Drex, moeda digital baseada em tecnologia blockchain.
Pode-se ainda dizer que a digitalização dos pagamentos também trouxe benefícios para pequenas e médias empresas, as quais vêm adotando os serviços financeiros digitais.
Diante desse cenário, o papel-moeda não deve desaparecer completamente a curto prazo, já que muitos brasileiros em áreas menos digitalizadas ainda dependem do dinheiro físico para suas transações.
“Para que a transição para uma sociedade completamente digital ocorra, será preciso garantir que todos tenham acesso às novas tecnologias e estejam preparados para utilizá-las com segurança e eficácia”, ressalta Martins.
Com informações do e-Investidor